Текст песни Cota Não é Esmola - Doralyce , Bia Ferreira
Existe
muita
coisa
que
não
te
disseram
na
escola
Cota
não
é
esmola
Experimenta
nascer
preto
na
favela,
pra
você
ver
O
que
rola
com
preto
e
pobre
não
aparece
na
TV
Opressão,
humilhação,
preconceito
A
gente
sabe
como
termina
quando
começa
desse
jeito
Desde
pequena
fazendo
o
corre
pra
ajudar
os
pais
Cuida
de
criança,
limpa
a
casa,
outras
coisas
mais
Deu
meio-dia,
toma
banho,
vai
pra
escola
a
pé
Não
tem
dinheiro
pro
busão
Sua
mãe
usou
mais
cedo
pra
correr
comprar
o
pão
E
já
que
ela
ta
cansada
quer
carona
no
busão
Mas
como
é
preta
e
pobre,
o
motorista
grita:
Não!
E
essa
é
só
a
primeira
porta
que
se
fecha
Não
tem
busão,
já
tá
cansada,
mas
se
apressa
Chega
na
escola,
outro
portão
se
fecha
Você
demorou,
não
vai
entrar
na
aula
de
história
Espera,
senta
aí,
já
já
da
uma
hora
Espera
mais
um
pouco
e
entra
na
segunda
aula
E
vê
se
não
se
atrasa
de
novo,
a
diretora
fala
Chega
na
sala,
agora
o
sono
vai
batendo
E
ela
não
vai
dormir,
devagarinho
vai
aprendendo
que
Se
a
passagem
é
três
e
oitenta,
e
você
tem
três
na
mão
Ela
interrompe
a
professora
e
diz:
Então
não
vai
ter
pão
E
os
amigos
que
riem
dela
todo
dia
Riem
mais
e
a
humilham
mais,
o
que
você
faria?
Ela
cansou
da
humilhação
e
não
quer
mais
escola
E
no
natal
ela
chorou,
porque
não
ganhou
uma
bola
O
tempo
foi
passando
e
ela
foi
crescendo
Agora
lá
na
rua
ela
é
a
preta
do
suvaco
fedorento
Que
alisa
o
cabelo
pra
se
sentir
aceita
Mas
não
adianta
nada,
todo
mundo
a
rejeita
Agora
ela
cresceu,
quer
muito
estudar
Termina
a
escola,
a
apostila,
ainda
tem
vestibular
E
a
boca
seca,
seca,
nem
um
cuspe
Vai
pagar
a
faculdade,
porque
preto
e
pobre
não
vai
pra
USP
Foi
o
que
disse
a
professora
que
ensinava
lá
na
escola
Que
todos
são
iguais
e
que
cota
é
esmola
Cansada
de
esmolas
e
sem
o
dim
da
faculdade
Ela
ainda
acorda
cedo
e
limpa
três
apartamentos
no
centro
da
cidade
Experimenta
nascer
preto,
pobre
na
comunidade
Cê
vai
ver
como
são
diferentes
as
oportunidades
E
nem
venha
me
dizer
que
isso
é
vitimismo
Não
bota
a
culpa
em
mim
pra
encobrir
o
seu
racismo
E
nem
venha
me
dizer
que
isso
é
vitimi
Que
isso
é
vitimi
Que
isso
é
vitimismo
E
nem
venha
me
dizer
que
isso
é
vitimismo
Não
bota
a
culpa
em
mim
pra
encobrir
o
seu
racismo
E
nem
venha
me
dizer
que
isso
é
vitimi
Que
isso
é
vitimi
Que
isso
é
vitimismo
São
nações
escravizadas
E
culturas
assassinadas
A
voz
que
ecoa
no
tambor
Chega
junto,
e
venha
cá
Você
também
pode
lutar
E
aprender
a
respeitar
Porque
o
povo
preto
veio
para
revolucionar
Não
deixem
calar
a
nossa
voz
não!
Não
deixem
calar
a
nossa
voz
não!
Não
deixem
calar
a
nossa
voz
não!
Re-vo-lu-ção
Não
deixe
calar
a
nossa
voz
não!
Não
deixe
calar
a
nossa
voz
não!
Não
deixe
calar
a
nossa
voz
não!
Re-vo-lu-ção
Nascem
milhares
dos
nossos
cada
vez
que
um
nosso
cai
Nascem
milhares
dos
nossos
cada
vez
que
um
nosso
cai
Nascem
milhares
(Marielle
Franco,
presente)
Dos
nossos
Nascem
milhares
dos
nossos
cada
vez
que
um
nosso
cai
E
é
peito
aberto,
espadachim
do
gueto,
nigga
samurai!
É
peito
aberto,
espadachim
do
gueto,
nigga
Peito
aberto,
espadachim
do
gueto,
nigga
Peito
aberto,
espadachim
do
gueto,
nigga
Peito
aberto,
espadachim
do
gueto,
nigga
samurai!
(Peito
aberto,
espadachim)
É
peito
aberto,
espadachim
do
gueto,
nigga
(Peito
aberto,
espadachim)
É
peito
aberto,
espadachim
do
gueto,
nigga
É
peito
aberto,
espadachim
do
gueto,
nigga
É
peito
aberto,
espadachim
do
gueto,
nigga
samurai!
Vamo
pro
canto
onde
o
relógio
para
E
no
silêncio
o
coração
dispara
Vamo
reinar
igual
Zumbi
e
Dandara
Ô
Dara,
ô
Dara
Vamo
pro
canto
onde
o
relógio
para
No
silêncio
o
coração
dispara
Ô
Dara,
ô
Dara
Experimenta
nascer
preto,
pobre
na
comunidade
Cê
vai
ver
como
são
diferentes
as
oportunidades
E
nem
venha
me
dizer
que
isso
é
vitimismo
hein
Não
bota
a
culpa
em
mim
pra
encobrir
o
seu
racismo
Existe
muita
coisa
que
não
te
disseram
na
escola
Eu
disse,
cota
não
é
esmola
Cota
não
é
esmola
Eu
disse,
cota
não
é
esmola
Cota
não
é
esmola
Cota
não
é
esmola
Cota
não
é
esmola
Eu
disse,
cota
não
é
esmola
Cota
não
é
esmola
Cota
não
é
esmola
Cota
não
é
esmola
São
nações
escravizadas
E
culturas
assassinadas
É
a
voz
que
ecoa
do
tambor
Chega
junto,
e
venha
cá
Você
também
pode
lutar
E
aprender
a
respeitar
Porque
o
povo
preto
veio
re-vo-lu-cio-nar
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