Текст и перевод песни Chico Rey & Paraná - Recanto da Saudade

Recanto da Saudade

Impulsionado pela saudosa lembrança
Voltei um dia para ver meu rincão
Ao ver a fonte em que brinquei quando criança
Com o meu pranto banhei aquele chão
Vendo a campina em que eu colhia flores
Aquela terra onde eu vivi e tanto amei
Por me lembrar dos meus primeiros amores
Mais uma vez não me contive e chorei
Ao avistar a minha antiga morada
Não suportei e minhas lágrimas caíram
Pois do sobrado hoje não resta mais nada
E as moendas do engenho já ruíram
Lá no quintal ficaram só os dois coqueiros
Que meu paizinho um certo dia ali plantou
As outras plantas também desapareceram
Eu acredito ser saudade que as matou
Minha campina onde cantava a perdiz
Meu rio Urú onde eu vivia a banhar
Hoje não mais podem fazer-me feliz
Nem mesmo as garças por ali querem morar
Não encontrei minha mãe do coração
Que certo dia vi chorar porque eu partia
Queria agora que ela me perdoasse
Mais Deus do céu deu-lhe outra moradia
Seria bom se eu não tivesse ido
Pois não queria sofrer também minha vida
Em cada canto encontrei uma saudade
Dos lindos tempos de minha infância querida
Lembra-me um pássaro retornando ao velho ninho
E não encontra a companheira ali deixada
Também comigo aconteceu igualzinho
Somente dor eu encontrei na terra amada

Recanto de Saudade

Animée par le souvenir émouvant
Un jour, je suis retournée voir mon coin de paradis
En voyant la fontaine où je m'amusais enfant
J'ai versé mes larmes sur ce sol baigné de souvenirs
Contemplant la prairie où je cueillais des fleurs
Cette terre où j'ai vécu et que j'ai tant aimée
Le souvenir de mes premiers amours m'est revenu
Une fois encore, je n'ai pu retenir mes larmes
En apercevant mon ancienne demeure
Je n'ai pas pu résister et mes larmes ont coulé
Car du manoir, il ne reste plus rien aujourd'hui
Et les moulins à canne ont disparu
Dans la cour, il ne reste plus que deux cocotiers
Que mon père avait plantés
Les autres plantes ont disparu
Je crois que c'est la nostalgie qui les a tuées
Ma prairie où chantait la perdrix
Mon fleuve Urú où je me baignais
Aujourd'hui, ils ne peuvent plus me rendre heureuse
Même les hérons ne veulent plus y vivre
Je n'ai pas retrouvé ma mère de cœur
Qui, un jour, m'a vu pleurer parce que je partais
Je voudrais qu'elle me pardonne
Mais Dieu lui a donné une autre demeure
J'aurais aimé ne pas être partie
Car je ne voulais pas gâcher ma vie
Dans chaque coin, j'ai trouvé un souvenir
Du beau temps de mon enfance chérie
Je me souviens d'un oiseau qui retourne à son vieux nid
Et n'y trouve pas sa compagne laissée là
C'est ce qui m'est arrivé
Je n'ai trouvé que de la douleur dans ma terre bien-aimée