Lyrics Doideira de Amor - A Barca dos Corações Partidos
Escolher
viver
sem
ela
É
viver
uma
não-vida
É
covardia
e
valentia
É
doidisse
desmedida
É
levar
sempre
em
meu
peito
Uma
promessa
partida
E
junto
a
essa
promessa
levo
também
um
facão
Desses
grandes,
afiados
Amolados
no
Sertão
Levo
preso
ao
meu
bolso
caso
doa
o
coração
Se
a
minha
tão
bela
amada
Ocupar
a
minha
mente
De
maneira
totalmente
Com
seu
rosto
sorridente
Executo
meu
plano
tão
logo
rapidamente
Uma
mão
vai
no
meu
bolso
E
encaixa
no
meu
facão
A
outra
acha
o
meu
peito
E
desabotoa
o
botão
Deixando
o
caminho
livre
Pra
minha
morte
de
paixão
Corto
sem
dó
a
minha
pele
Abro
os
ossos
da
minha
caixa
Enfio
uma
mão
lá
dentro
Logo
ela
tateia
e
acha
Um
troço
que
faz
Tum-tum
Que
põe
minha
vida
em
marcha
O
gentil
órgão
vermelho
me
pergunta
o
quero
Digo
assim
Meu
coração,
sabes
bem
que
eu
te
venero
Nunca
te
tirei
do
peito,
mas
agora
o
caso
é
sério
Sabes
bem,
és
guardião
do
mais
nobre
sentimento
Esse
herdado
de
Afrodite
Que
nos
traz
contentamento
Mas
que
se
mal
navegado
Traz
angústia
e
tormento
No
meu
caso,
coração,
tormento
virou
doidice
Tô
sempre
com
enxaqueca
já
me
sinto
na
velhice
O
corpo
todo
doido,
tô
cheio
de
esquisitice
Diz-me,
então,
senhor
da
vida
Grandioso
ser
pulsante
Como
me
dispo
da
pele
De
bobo,
idiota,
amante
Que
não
doma
sua
mente
e
sofre
de
uma
dor
constante
O
meu
coração
diz:
Meu
caro,
a
solução
pra
dar
isso
resolvido
Será
jogar
a
flecha
do
poderoso
cupido
Que
tá
aqui
na
minha
direita,
bem
no
pé
do
meu
ouvido
Porém
eu
já
lhe
aviso
Calma,
amigo
aventureiro
Tirar
logo
essa
flecha
tem
seu
lado
traiçoeiro
Na
vida
às
vezes
o
feitiço
vira
contra
o
feiticeiro
Ficarás
livre
do
amor,
porém
andarás
perdido
Muitas
vezes
nessa
vida
não
encontrarás
sentido
Só
quando
fores
ferido
por
flecha
de
outro
cupido
E
como
essa
de
agora
deixará
uma
ferida
É
provável
que
outra
flecha
passe
em
tu
despercebida
E
que
uma
outra
paixão
não
vivas
mais
nesta
vida
Respondo
ao
meu
coração
antes
de
eu
titubear
Me
dá
medo
andar
perdido
Nunca
mais
me
apaixonar
Não
ver
na
vida
sentido
Ser
mais
um
a
vaguear
Mas
prefiro
tirar
a
flecha
A
viver
sempre
doído
Sabendo
que
esse
amor
por
ela
é
correspondido
Mas
que
não
se
faz
vivido
Por
ser
nosso
ser
dividido
Eu
sou
um
cavalo
treinado
Corro
firme
em
linha
reta
Ganho
um
mundo
num
galope
Não
esqueço
a
minha
meta
E
se
meta
eu
não
tenho
Minha
cabeça
se
inquieta
Coração
de
aventureiro
Alma
de
bom
herói
Eu
não
recuso
um
convite
no
moinho
que
a
vida
mói
No
mundo
vou
me
espalhando
Não
importa
se
o
mundo
me
dói
Já
ela,
a
minha
amada
Tem
asa
de
borboleta
Vai
pra
cima,
vai
pra
baixo
Navega
o
ar
em
pirueta
Rodopia
e
por
milagre
seu
caminho
se
ajeita
Pousa
ali,
pousa
acolá
E
brincando
vive
a
vida
Digo
à
ela:
e
sua
meta?
Ela
me
beija
e
me
convida
para
um
vinho
e
uma
dança
Enquanto
ri
de
estar
perdida
Eu
me
estresso,
ela
gargalha
Eu
me
animo,
ela
se
irrita
Um
acerta,
o
outro
falha
Um
se
vai,
o
outro
fica
E
quem
se
corta
na
navalha?
É
o
amor
de
quem
critica
Então
nasce
outro
problema
É
o
danado
do
ciúme
Tamanha
a
sua
beleza
O
cheiro
do
teu
perfume
Parece
um
anjo
branco
A
qualquer
feiura
imune
Tem
os
pulsos
delicados
Seu
aceno
é
como
a
Lua
Seu
adeus
é
um
pôr-do-Sol
Sua
boca
é
ela
nua
E
seu
beijo
é
um
anzol
que
me
fisga
a
alma
crua
Seus
peitos
São
dois
brinquedos
de
um
parque
de
diversão
Brinco
de
montanha
russa
Brinco
de
moldar-me
a
mão
Brinco
até
de
carrossel
girando
em
outra
dimensão
Suas
coxas
são
garras
claras
de
impecável
sedução
Sua
bunda
Duas
luas
cheias
que
iluminam
o
meu
dragão
Fervoroso
e
furioso
Senhor
do
fogo
do
tesão
O
vestido
dos
cabelos
muda
a
cada
estação
Longo
e
liso
no
outono
Preto
e
curto
no
verão
Eita...
borboleta
linda
Meu
parquinho
de
diversão
Mas
quando
ela
alça
voo
Sai
junto
de
mim
um
tiquin'
Fico
logo
agoniado,
cheio
de
sensação
ruim
Com
raiva
de
todo
mundo,
confundo
começo
e
fim
Sem
querer
ou
por
querer,
a
vaidade
dela
cresce
O
ciúme
vira
arma
para
que
o
amor
não
cesse
E
se
a
loucura
rodeia
o
sujeito
O
sujeito
uma
hora
enlouquece
Não,
não,
não,
meu
coração
Não
vou
viver
desse
jeito
Chorando
dor
de
amor
só
porque
sou
imperfeito
Sem
flecha
fico
vazio,
mas
acalmo
o
meu
peito
O
meu
coração
retruca:
Pois
bem,
velho
companheiro
Vejo
que
estás
decidido
Mas
lembre:
Sou
seu
parceiro
Cuida
bem
da
cirurgia
Pr'eu
continuar
inteiro
Respiro
fundo
uma
vez
E
numa
puxada
só
Tiro
de
mim
a
tortura
que
me
tava
dando
nó
Fico
um
tempo
parado
pra
ver
se
eu
estou
melhor
Meu
coração
bem
suado
elogia
a
cirurgia
O
puxão
foi
tão
preciso
que
nem
teve
hemorragia
Comemora,
meu
amigo
Livraste
a
tua
agonia
Eu
continuo
parado
Faço
uma
meditação
Depois
de
passado
um
tempo
respondo
ao
meu
coração:
Que
idiota
que
eu
sou
Não
teve
fim
a
aflição
Minha
cabeça
ainda
tem
muito
da
minha
paixão
O
gosto
dela
gostoso
ainda
sinto
em
um
pulmão
O
molde
dos
seus
brinquedos
ainda
trago
em
minha
mão
Veja
só
que
ignorância
pensar
que
eu
ia
esquecê-la!
Minha
alma
e
a
alma
dela
ainda
moram
na
mesma
estrela
Tirar
do
peito
minha
amada
não
é
tirar
ferrão
de
abelha
Olho
para
o
meu
coração,
procurando
uma
outra
saída
Seus
olhinhos
estão
fechados
Com
uma
expressão
comovida
Ele
já
não
pulsa
mais
Vai-se
Sem
nem
despedida
Eita,
cabeça
jumenta
Tanto
tempo
sem
pulmão,
o
coração
não
aguenta
E
se
não
pulsa
o
coração,
de
que
serve
a
minha
venta?
Meu
plano
falha
dobrado
Amada
não
esquecida
Meu
coração
parado
Caixa
do
peito
partida
O
chão
de
sangue
melado
Me
despeço
então
da
vida
Fecho
os
olhos
devagar
Na
mente,
uma
lembrança:
Rosaura
Que
eu
tanto
amo
Que
tirou
minha
temperança
Mas
também
me
deu
coragem
pra
ver
que
a
vida
me
dança
Com
faca
e
sangue
o
chão
risco
Amor
de
uma
vida
inteira
Para
mais
de
outras
vidas
Confusão
virou
doidera
Abri
no
peito
um
buraco
E
escorreu-me
a
caldeira
Cuida
do
meu
coração
Que
ele
é
bem
mais
teu
que
meu
Desde
o
dia
em
que
te
vi
Foi
por
tu
que
ele
bateu
E
ao
fim
de
sua
jornada
Foi
por
tu
que
ele
morreu
Cuida
dele,
meu
amor
Lua
nova
Minha
Rio
de
Janeiro
fêmea
Sertão
que
me
inspira
a
trova
Paixão
de
amor
azul
que
adocica
até
minha
cova
Já
se
foram
minhas
forças
É
chegado
a
minha
hora
Te
aguardo
em
nossa
estrela
Lá,
sempre
serei
aurora
Te
espero
para
alvorecer,
amor
E
adeus
Vou-me
embora
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