Lyrics Fado Menor - Ana Moura
Olha
nóis
aqui
travêiz
Se
prepara,
seu
cuzão
Toma
nessa
cara
Meu
poema
em
forma
de
agressão
Violento
como
um
trem
Que
ficou
sem
maquinista
Invadindo
a
cidade
Destruindo
tudo
à
vista
Se
tá
tudo
bem
ao
seu
redor
No
que
te
cerca
Olha
pra
janela
e
vê
Que
o
mundo
tá
uma
merda
Sua
alienação
Gera
manipulação
Tira
essa
televisão
do
cu
E
presta
atenção
Eles
querem
gente
burra
Pra
manter
sempre
na
rédea
E
nessa
matéria
Sua
nota
é
acima
da
média
Dinheiro
do
povo
usado
No
luxo
da
minoria
A
desigualdade
Mata
gente
honesta
todo
dia
Os
educadores
da
nação
Já
ganham
mal
demais
Deputado
filho
de
uma
puta
Trinta
vezes
mais
Dólar
na
cueca
Povo
sempre
passado
pra
trás
O
revólver
mata
gente
A
caneta
mata
mais
Solução
pacífica,
utópica
Nenhum
sucesso
Revolta
armada,
violência
Fogo
no
congresso
Terror
e
morte
ameçam
O
verme
desonesto
O
ceifador
sujou
de
sangue
A
ordem
e
o
progresso
E
o
povo
sem
condição,
Tudo
precário
E
o
desvio
de
verba
Do
salafrário
Engravatado
de
merda
Vai
pro
caralho
Sou
o
ceifador
Vou
arrancar
seu
sangue
Destruir
sua
cara
Quebrar
seus
dentes
Na
subida
da
calçada
Comemorar
sua
morte
Dando
uma
risada
Sou
o
ceifador
Começou
a
parte
boa
Da
história
desgraçada
O
momento
glorioso
Da
vingança
esperada
Como
um
herói
Que
livra
o
mundo
do
mal
iminente
O
ceifador
invade
o
congreso
Armado
até
os
dentes
São
facadas,
molotovs
Tiros
de
todo
calibre
Sacrifícios
necessários
Pra
tornar
o
povo
livre
Sangue
podre
banha
O
corte
fino
do
terno
importado
Molha
o
dinheiro
sujo
No
bolso
do
degolado
A
televisão
vendida
Não
tem
opção
viável
Mostra
pro
país
inteiro
O
show
sangrento
e
memorável
O
horário
nobre
Foi
tomado
de
assalto
Por
um
reality
show
Que
agora
sim
presta
pra
algo
Lentamente
a
corrupção
Morre
num
ritual
De
limpeza
feita
De
maneira
útil
e
brutal
Pólvora,
gravata
e
sangue
Se
misturam
na
pintura
Como
acontecia
todo
dia
Com
a
ditadura
Chuva
leva
embora
o
sangue
Junto
com
a
corrupção
No
passado
fica
o
terror
Que
troxe
a
salvação
O
ceifador
foi
aclamado
Virou
herói
nacional
Em
nome
da
violência
Livrai-nos
de
todo
o
mal
Amém
E
o
povo
sem
condição,
Tudo
precário
E
o
desvio
de
verba
Do
salafrário
Engravatado
de
merda
Vai
pro
caralho
Sou
o
ceifador
Vou
invadir
E
vou
queimar
sua
mansão
Sua
nova
moradia
Agora
é
um
caixão
No
seu
velório
Vou
gritar
e
soltar
rojão
Sou
o
ceifador
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