Lyrics Corpo Sem Juízo - JUP do Bairro
Minha
filha
continua
me
escrevendo
Me
afirmou
que
vai
voltar
Que
vem
me
ver
por
esses
días
Pediu-me
perdão
Dizendo
que
havia
transformado
seu
corpo
em
outro
corpo
E
que
eu
teria
dificuldade
em
reconhecê-la
Eu
lhe
respondi
que
o
corpo
era
dela
Era
ela
a
única
dona
E
que
meu
amor
por
ela
estava
sacramentado
desde
sempre
O
meu
coração
estaria
sempre
do
lado
do
corpo
dela
Qualquer
que
fosse
a
forma
que
esse
corpo
tivesse
E
cá
estou
eu
Nem
sei
por
que
contemplando
esse
corpo
caído
no
chão
Debruço
Olho
a
cabeça
do
corpo
morto
Parece
de
uma
mulher
bem
jovem
Ela
devia
ser
vaidosa
Longas
tranças
espalhadas
lhe
cobrem
a
nuca
e
parte
dos
olhos
Sinto
arrepio
Parece
que
eu
já
vi
esse
corpo
por
trás
Essa
silhueta
não
me
é
estranha
Tenho
essa
imagem
no
fundo
de
minhas
lembranças
Quem
será
essa
mulher?
Alguém
me
sussurra
ao
lado,
que
foi
um
crime
se
homofobia
Penso
em
Josué,
meu
filho
Que
não
é
filho
E,
sim,
minha
amada
filha
Preciso
me
afastar
daqui
Essa
cena
me
traz
lembranças
de
antigas
dores
Minha
filha
disse
que
virá
por
esses
dias
Estou
cansada
Tudo
em
mim
dói
Crime
de
homofobia?
De
quem
é
esse
corpo?
É
preciso
resguardá-la
A
polícia
está
demorando
Preciso
me
aproximar
mais
Quero
ver
esse
corpo
de
perto
Há
um
detalhe
perto
do
corpo
Que
eu
não
tinha
visto:
Uma
pequena
bolsa
tiracolo
Bolsa
igual
a
minha
É
a
bolsa
que
a
minha
filha
me
pediu
um
dia
Presente
que
eu
lhe
dera
escondido
do
Josué,
pai
Preciso
me
aproximar
Dá
licença!
Dá
licença!
Dá
licença!
Vejo-me
empurrando
todos
Dá
licença!
Vida,
me
dá
licença!
Me
dá
licença!
Conheço
esse
corpo
Saio
de
mim
Planto-me
aqui
Eu,
sentinela
de
um
corpo
assassinado,
que
não
consegui
guardar
Essa
é
a
minha
menina
Tenho
dor
Meu
peito
explode
Algo
me
fere
o
peito
Quem
matou
a
minha
menina?
O
pai?
Eu?
Vocês?
Quem
matou
minha
menina?
Quem
matou
minha
menina?
Meus
olhos
cansado
se
abrem
pra
um
novo
dia
Engulo
a
saliva
da
minha
própria
rebeldia
E
quem
diria
que
um
dia
cê
me
ouviria
falar?
É
que
minhas
correntes
foram
soltas
antes
d'eu
me
expressar
Tardia,
e
sinto
que
aqui
não
posso
caminhar
Meu
corre
é
longo,
mas
num
pulo,
chego
onde
quero
chegar
Por
onde
quero,
posso
até
chegar
numa
ilusão
Mas
sigo
em
frente
e
nem
sempre
ouço
o
meu
coração
Anoitece,
o
sol
já
desce
Pedidos
em
forma
de
prece
De
uma
gente
que
só
ajuda
a
outra
se
julga
se
merece
Ninguém
quer
se
conhecer
Se
preocupar
pra
quê?
Nesse
caminho
falho
Eu
não
ganho
o
que
mereço
receber
É
como
está
diante
da
morte
e
permanecer
imortal
É
como
lançar
à
própria
sorte
e
não
ter
direito
igual
Mas
eu
resisto,
eu
insisto,
eu
existo
Não
quero
o
controle
de
todo
esse
corpo
sem
juízo
Um
corpo
sem
juízo,
que
não
quer
saber
do
paraíso
Mas
sabe
que
mudar
o
destino
é
o
seu
compromisso
Um
corpo
sem
juízo,
que
não
quer
saber
do
paraíso
Mas
sabe
que
mudar
o
destino
é
o
seu
compromisso
Um
corpo
sem
juízo,
que
não
quer
saber
do
paraíso
Mas
sabe
que
mudar
o
destino
é
o
seu
compromisso
Um
corpo
sem
juízo,
que
não
quer
saber
do
paraíso
Mas
sabe
que
mudar
o
destino
é
o
seu
compromisso
E
é
isso!
Eu
decidi
que
vou
explorar
as
potências
do
meu
corpo
Por
isso,
unha,
cabelo,
e
tal,
tal,
tal
Explorando
as
potências
do
meu
corpo,
eu
fiz
esse
trabalho
De
acordo
com
toda
a
violência
que
eu
sofri
Relacionada
a
minha
mão
à
gesticular
Em
ser
viado
mesmo
É
isso!
É
sobre
bixice
É
sobre
ser
quem
eu
quero
ser
É
sobre
liberdade
É
sobre
ser
uma
referência
de
bixa
As
bixas
referências
são
bixas
Meus
olhos
cansado
se
abrem
pra
um
novo
dia
Engulo
a
saliva
da
minha
própria
rebeldia
E
quem
diria
que
um
dia
cê
me
ouviria
falar?
É
que
minhas
correntes
foram
soltas
antes
d'eu
me
expressar
Tardia,
e
sinto
que
aqui
não
posso
caminhar
Meu
corre
é
longo,
mas
num
pulo,
chego
onde
quero
chegar
Por
onde
quero,
posso
até
chegar
numa
ilusão
Mas
sigo
em
frente
e
nem
sempre
ouço
o
meu
coração
Anoitece,
o
sol
já
desce
Pedidos
em
forma
de
prece
De
uma
gente
que
só
ajuda
a
outra
se
julga
se
merece
Ninguém
quer
conhecer
Se
preocupar
pra
quê?
Nesse
caminho
fale
Eu
não
ganho
o
que
mereço
receber
É
como
está
diante
da
morte
e
permanecer
imortal
É
como
lançar
à
própria
sorte
e
não
ter
direito
igual
Mas
eu
resisto,
eu
insisto,
eu
existo
Não
quero
o
controle
de
todo
esse
corpo
sem
juízo
Um
corpo
sem
juízo,
que
não
quer
saber
do
paraíso
Mas
sabe
que
mudar
o
destino
é
o
seu
compromisso
Um
corpo
sem
juízo,
que
não
quer
saber
do
paraíso
Mas
sabe
que
mudar
o
destino
é
o
seu
compromisso
Um
corpo
sem
juízo,
que
não
quer
saber
do
paraíso
Mas
sabe
que
mudar
o
destino
é
o
seu
compromisso
Um
corpo
sem
juízo,
que
não
quer
saber
do
paraíso
Mas
sabe
que
mudar
o
destino
é
o
seu
compromisso
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