Lyrics O Poeta e a Lua - Vinicius de Moraes
O
poeta
e
a
lua
Em
meio
a
um
cristal
de
ecos
O
peota
vai
pela
rua
Seus
olhos
verdes
de
éter
Abrem
cavernas
na
lua
A
lua
volta
de
flanco
Eriçada
de
luxúria
O
poeta,
aloucado
e
branco
Apalpa
as
nádegas
da
lua
Entre
as
esferas
nitentes
Tremeluzem
pelos
fulvos
O
poeta,
de
olhar
dormente
Entreabre
o
pente
da
lua
Em
frouxos
de
luz
e
água
Palpita
a
ferida
crua
O
poeta
todo
se
lava
De
palidez
e
douçura
Ardente
e
desesperada
A
lua
vira
em
decúbito
A
vinda
lenta
do
espasmo
Aguça
as
pontas
da
lua
O
poeta
afaga-lhe
os
braços
E
o
ventre
que
se
menstrua
A
lua
se
curva
em
arco
Num
delírio
de
volúpia
O
gozo
aumenta
de
súbito
Em
frêmitos
que
perduram
A
lua
vira
o
outro
quarto
E
fica
de
frente,
nua
O
orgasmo
desce
do
espaço
Desfeio
em
estrelas
e
nuvens
Nos
ventos
do
mar
perpassa
Um
salso
cheiro
de
lua
E
a
lua,
no
êxtase,
cresce
Se
dilata
e
alteia
e
estua
O
poeta
se
deixa
em
preçe
Ante
a
beleza
da
lua
Depois
a
lua
adormeçe
E
míngua
e
se
apazigua
O
poeta
desapareçe
Envolto
em
cantos
e
plumas
Enquanto
a
noite
enlouquece
No
seu
claustro
de
ciúmes
1 Desespero da Piedade
2 A Estrelinha Polar
3 Rosário
4 Quatro Sonetos de Meditação (I, II, III, IV)
5 Marina
6 Allegro
7 Epitáfio
8 Soñéto de Separação
9 Mensagem à Poesia
10 Poema Enjoadinho
11 Balada da Praia do Vidigal
12 Soñéto de Despedida
13 O Poeta e a Lua
14 Poema de Natal
15 Elegia Na Morte de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, Poeta e Cidadão
16 Poética I
17 Poética II
18 A Hora Íntima
19 O Mais Que Perfeito
20 Soñéto do Amor Total
21 O Poeta Aprendiz
22 O Mergulhador
23 Dialética
24 Balada da Moça do Miramar
25 Poema Dos Olhos Da Amada
26 Feijoada À Minha Moda
27 Soñéto de Marta (La Flor Ilimitada)
28 O Haver
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