Lyrics A Árvore - Zé Ramalho
Naquele
tempo
Era
uma
árvore
alta
e
de
porte
erecto
Destacava-se
de
longe
na
paisagem
da
savana
que
a
cercava
Nunca
se
soube
ao
certo
da
sua
idade
Pois
a
sua
duração
não
era
contada
em
dias
Nunca
se
soube
ao
certo
da
sua
idade
Pois
a
sua
duração
não
era
contada
em
dias
E
investida
nessa
secularidade
Era
possuída
de
uma
esfera
Em
forma
de
predestinação
Em
forma
de
predestinação
Havia
se
aclimatado
naquele
nu
lugar
Mas
sentia
as
intempéries
dos
ventos
soprados
no
desfiladeiro
Mas
escondia
sempre
o
medo
das
pancadas
surdas
E
penetrantes
objetos
e
bem
reluzentes
Mas
escondia
sempre
o
medo
das
pancadas
surdas
E
penetrantes
objetos
e
bem
reluzentes
Usados
por
pequenos
vultos
em
movimento
Tudo
fazia
parte
do
seu
destino
Soltar
estrelas
pelo
infinito
Soltar
estrelas
pelo
infinito
Entregava-se
À
contemplação
da
paz
no
campo
da
nudez
da
noite
enluarada
Ansiava
alcançar
a
cada
madrugada
E
divisavam
da
planície
entre
horizontes
Ansiava
alcançar
a
cada
madrugada
E
divisavam
da
planície
entre
horizontes
Incendiados
pelo
clarão
do
Sol
nascente
Sonhar
envolvendo-se
no
silêncio
Das
tardes
inertes
de
espera
Das
tardes
inertes
de
espera
Um
dia,
quando
a
aurora
vinha
arroxeando
o
céu
Alertada
pelo
seu
temor
que
a
noite
estava
em
adormecido
No
seu
íntimo
sentiu
que
a
hora
era
chegada
E
projetou-se
então
em
vão
para
fora
da
Terra
No
seu
íntimo
sentiu
que
a
hora
era
chegada
E
projetou-se
então
em
vão
para
fora
da
Terra
E
logo
percebeu
que
estava
ali
enraizada
Paralisada
para
o
espaço
E
eis
que
o
vento
forte
lhe
oscila
E
eis
que
o
vento
forte
lhe
oscila
Sumo
súbito
Foi
como
se
uma
centena
de
raios
tivesse
a
lhe
atingirem
No
seu
tronco
penetrando
bem
profundamente
Suas
folhas
se
soltando
como
num
adeus
No
seu
tronco
penetrando
bem
profundamente
Suas
folhas
se
soltando
como
num
adeus
E
nesse
momento
tombou
e
foi
caindo
Rangendo
e
estalando
até
o
final
Em
seguida
decepada
em
pedaços
Levaram-lhe
para
lhe
retalhar
O
outro
dia
aquele
resto
de
árvore
Em
forma
de
madeira
desfilou
Pelas
ruas
de
Jerusalém
até
o
monte
E
o
Cristo
morreu
cravado
em
seus
braços
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