paroles de chanson Naquele Bolicho - Joca Martins
Naquele
bolicho,
na
beira
do
brete
Restou
um
cavalhete
e
uma
cuia
extraviada
Um
rolo
de
fumo,
uma
gerva
mofada,
uma
boneca
de
pano
E
uma
palha
sovada
Restou
um
pensamento
na
mesa
de
tábua
No
jogo
de
truco,
colou
suerte
na
tarva
Com
partidor
de
saudade
na
cancha
trilhada
E
uma
parelha
de
vultos
esperando
a
largada
Naquele
bolicho
de
paredes
rachadas
Restou
um
silêncio
perdido
nas
horas
Um
relógio
de
bolso,
um
par
de
esporas,
um
gato
caduco
Que
esqueceu
de
ir
embora
Naquele
bolicho
nos
confins
da
querência
Uma
poeira
de
ausência
na
mangueira
de
pedras
Um
jasmineiro
cheiroso,
perfumando
a
tapera
E
a
ilusão
imponente
de
um
palanque
na
espera
Restou
um
calendário
com
os
dibujos
do
Molina
Um
frasco
de
Olina
e
uma
caneca
alouçada
Uma
garrafa
vazia,
uma
pipa
sem
água
O
suspiro,
uma
tosse
de
um
fantasma
com
asma
Restou
um
pandeiro
e
uma
gaita
furada
Uma
mão
imaginária
batendo
no
balcão
Outra
mão
branquicenta
encarregada
de
geada
Pontiando
a
guitarra
e
trabalhando
o
bordão
Daquele
bolicho
na
beira
do
brete
Só
restou
a
lembrança
das
coisas
do
pago
Um
cheiro
de
pastel
engordurando
o
Minuano
E
uma
tarde
domingueira
remoendo
o
passado
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