paroles de chanson Bochincho - Noel Guarany
Num
bochincho,
certa
feita,
Eu
Fui
chegando
de
curioso,
Que
o
vicio
é
que
nem
sarnoso,
Nunca
pára
nem
se
ajeita.
Baile
de
gente
direita
Eu
vi,
de
pronto,
que
não
era,
Na
noite
de
primavera
Gaguejava
a
voz
dum
tango
E
eu
sou
louco
por
fandango
Que
nem
pinto
por
quirera.
Atei
meu
baio
longito,
Num
galho
de
guamirim,
Desde
guri
eu
fui
assim,
Não
brinco
nem
facilito.
Em
bruxas
não
acredito
'Pero
que
las
hay,
las
hay',
Eu
sou
da
costa
do
Uruguai,
Meu
velho
pago
querido
E
por
andar
desprevenido
Há
tanto
guri
sem
pai.
No
rancho
de
santa-fé,
De
pau-a-pique
barreado,
Num
trancão
de
convidado
Eu
me
entreverei
no
banzé.
O
chinaredo
à
bola-pé,
No
ambiente
fumacento,
Um
candieiro,
bem
no
centro,
Num
lusco-fusco
de
aurora,
Pra
quem
chegava
de
fora
Pouco
enxergava
ali
dentro!
Dei
de
mão
numa
tiangaça
Que
me
cruzou
no
costado
E
já
sai
entreverado
Entre
a
poeira
e
a
fumaça,
Oigalê
china
lindaça,
Morena
de
toda
a
clina,
Dessas
da
venta
brasina,
Com
cheiro
de
lechiguana
Que
quando
ergue
uma
pestana
Até
a
noite
se
ilumina.
Misto
de
diaba
e
de
santa,
E
com
ares
de
quem
é
dona
E
um
gosto
de
temporona
Que
traz
água
na
garganta.
E
eu
me
grudei
na
percanta
O
mesmo
que
um
carrapato
O
gaiteiro
era
um
mulato
Que
até
dormindo
tocava
E
a
gaita
choramingava
Como
namoro
de
gato!
A
gaita
velha
gemia,
Ás
vezes
quase
parava,
De
repente
se
acordava
E
num
vanerão
se
perdia
E
eu
- contra
a
pele
macia
Daquele
corpo
moreno,
Sentia
o
mundo
pequeno,
Bombeando
cheio
de
enlevo
Dois
olhos
- flores
de
trevo
Com
respingos
de
sereno!
Mas
o
que
é
bom
se
termina
Cumpriu-se
um
velho
ditado,
Eu
que
dançava,
embalado,
Nos
braços
doces
da
china
Escutei
- de
relancina,
Uma
espécie
de
relincho,
Era
o
dono
do
bochincho,
Meio
oitavado
num
canto,
Que
me
olhava
- com
espanto,
Mais
sério
do
que
um
capincho!
Foi
ele
que
se
veio,
Pois
era
dele
a
pinguancha,
Bufando
e
abrindo
cancha
Como
dono
do
rodeio.
Quis
me
partir
pelo
meio
Cum
talonaço
de
adaga
Que
- se
me
pega
- me
estraga,
Chegou
levantar
um
cisco,
Mas
não
é
a
toa
- chomisco!
Que
sou
de
São
Luiz
Gonzaga!
Meio
na
curva
do
braço
Eu
consegui
tirar
o
talho
Mas
quase
que
me
atrapalho
Porque
havia
pouco
espaço,
Mas
senti
o
calor
do
aço
E
o
calor
do
aço
arde,
Me
levantei
- sem
alarde,
Por
causa
do
desaforo
E
soltei
meu
marca
touro
Num
medonho
buenas-tarde!
Eu
tenho
visto
coisa
feia,
Tenho
visto
judiaria,
Mas
hoje
ainda
me
arrepia
Lembrando
aquela
peleia,
Talvez
quem
ouça
- não
creia,
Mas
vi
nascer
no
pescoço,
Do
índio
do
berro
grosso
Como
uma
cinta
vermelha
E
desde
o
beiço
até
a
orelha
Ficou
relampeando
o
osso!
O
índio
era
um
índio
touro,
Mas
até
touro
se
ajoelha,
Cortado
do
beiço
a
orelha
Amontoou-se
como
um
couro
E
amigos
foi
um
estouro,
Daqueles
que
dava
medo,
Espantou-se
o
chinaredo
E
aquilo
- foi
uma
zoada,
Parecia
até
uma
eguada
Disparando
num
varzedo!
Não
há
quem
pinte
o
retrato
Dum
bochincho
- quando
estoura,
Tinidos
de
adaga,
espora
E
gritos
de
desacato.
Berros
de
quarenta
e
quatro
De
cada
canto
da
sala
E
a
velha
gaita
baguala
Num
vanerão
pacholento,
Fazendo
acompanhamento
Do
turumbamba
de
bala!
É
china
que
se
escabela,
Redemoinhando
na
porta
E
chiru
da
guampa
torta
Que
vem
direito
à
janela,
Num
Grito
- de
toda
guela,
Num
berreiro
alucinante,
O
índio
que
não
se
garante,
Vendo
o
sangue
se
apavora
E
se
manda
campo
fora,
Levando
tudo
por
diante!
Eu
sou
crente
na
divindade,
Morro
quando
Deus
quiser,
Mas
amigos
se
eu
disser,
Até
periga
a
verdade,
Naquela
barbaridade,
De
chínaredo
fugindo,
De
grito
e
bala
zunindo,
O
gaiteiro
alheio
a
tudo,
Tocava
um
xote
clinudo,
Já
quase
meio
dormindo!
E
a
coisa
ia
indo
assim,
Balanceei
a
situação,
Já
quase
sem
munição,
E
todos
atirando
em
mim.
Qual
ia
ser
o
meu
fim,
Eu
me
dei
conta
de
repente,
Eu
não
vou
ficar
pra
semente,
Mas
gosto
de
andar
no
mundo,
Me
esperavam
na
dos
fundo,
Eu
saí
na
Porta
da
frente...
E
dali
eu
ganhei
o
mato,
Abaixo
de
tiroteio
E
ainda
escutava
o
floreio
Da
cordeona
do
mulato
E,
pra
encurtar
o
relato,
Eu
me
bandeei
pra
o
outro
lado,
Cruzei
o
Uruguai,
a
nado,
Que
o
meu
zoio
era
um
capincho
E
a
história
desse
bochincho
Faz
parte
do
meu
passado!
E
a
china?
essa
pergunta
me
é
feita
Em
cada
vez
que
declamo
É
uma
cosa
que
eu
reclamo
E
acho
que
ate
uma
desfeita
Acho
que
nao
é
direita
E
até
entender
nem
consigo,
Eu,
no
medonho
perigo
Duma
situação
brasina
Todos
perguntam
da
china
E
ninguém
se
importa
comigo!
E
a
china
eu
nunca
mais
vi
No
meu
gauderiar
andejo,
Somente
em
sonhos
a
vejo
Num
bárbaro
frenesi.
Talvez
ande
por
aí,
No
rodeio
das
alçadas,
Ou
talvez
nas
madrugadas,
Seja
uma
estrela
chirua
Dessas
que
se
banha
nua
No
espelho
das
aguadas!
Attention! N'hésitez pas à laisser des commentaires.