Os Serranos - Namoro de Sítio paroles de chanson

paroles de chanson Namoro de Sítio - Os Serranos



está o namoro de sítio
O que sempre termina em casamento
Tendo horizonte nos olhos, dava estrada pro pingo
Perfumava o melena porque sempre era domingo
Apeava num bolicho dava adeus ao bolicheiro
pedia uma pura e umas palhas pro palheiro
Namoro de sítio era aos domingos
Não é que nem os namoros de hoje que o genro velho
Namora todo dia da semana
E até mora com o sogro
Virava a canha nos queixos me olhavam com espanto
Pedia mais uma pura, deixava a paga pro santo
montava à cavalo rumo a estância do Seu Bento
Saia cortando estrada dando rédea ao pensamento
Quando o genro velho montava a cavalo saía pensando naquilo
No casamento, é claro
Dez e meia eu chegava, a prenda abria o portão
O sogro me recebia alegre estendendo a mão
apeando companheiro, desencilhe no galpão
E depois passe pra dentro pra tomar um chimarrão
Logo que o genro chegava, o sogro velho gente buena dizia
Passe pra dentro, companheiro
Largue a égua no potreiro
E a sogra dava as boas vindas
Ai, que alegria, vem entrando meu genro, a casa é nossa
Meio dia no almoço, um churrasco de patrão
Me convidavam pra mesa com toda satisfação
De tarde ia pra sala a sogra um doce servia
Cafezinho não demora o sogro prevenia
Depois daquele mundo de carne no churrasco o sogro velho dizia
Agora pode pensar o namoro, chirro velho, mas na sala
E olha os modos
E a sogra velha em seguida se preparando
Começava a servir os doces e alegre
vou indo
E vinha a sogra velha com uma tigela de sagu
Vinha doce de leite, doce de gila
Docinho seco então, bah, um horror
Merengue, branquinho, negrinho, de moleque
Aliás, de moleque com pouco amendoim
É, verdade
Se não o genro velho ficava muito nervoso
Perigava queria ir embora
pelas tantas daquele mundo de doce, o genro dizia
Minha sogra, coisa engraçada
Que que houve? Não acredito, passando mal?
Vamo fazer o seguinte
no fundo do de laranjeira
Cuidado, mas o cachorro amarrado, não tem problema
Não, não, não é nada disso
Ah, não é isso?
Não, eu ia dizer pra senhora que os seus doces tão melhor até
Que os da minha mãe
Bobagem sua, antes do casamento é tudo assim
Depois que casa, sogra não é parente, é castigo
A tarde inteira ficava fazendo planos com a prenda
De um dia nos casarmos e morarmos na fazenda
Volta e meia sem aviso na sala o sogro entrava
Pra falar de qualquer coisa, sobre o tempo perguntava
Depois disso a sogra pedia licença
Pra mode lavar a louça
Com licença, meu genro
Meu véio vai tirar uma sesta e eu vou lavar a louça
E se ia a sogra véia pra cozinha faceira
Enquanto isso, o genro velho
Pela primeira vez pegava na mão da prenda
Ficava mais ou menos uma meia hora
De mão dada pensando em que conversar
pelas tantas de sopetão ele dizia
A moça reparou que eu de bota nova?
Já, credo, como é peludo, e que cano comprido
Vendo que tava agradando
O genro velho deu de mão assim por trás do sofá
E quando encostou o dedo no ombro da prenda, perguntou
A moça gostando?
adorando, me dando uma cosca'
Sai, vai arrebentar meu porquinho
Enquanto isso a sogra lavando a louça
Cantava alegre os sucessos do momento
E com essa cantoria toda acordava o sogro velho
Que ia na sala e dava uma tossida bem forte e dizia
Mas será que chove, meu genro?
Se chove, eu não sei, mas eu sou aprevenido
Trouxe guarda chuva e deixei armado na porta
Vai botar essa coisa armada pra fora
Quando ia escurecendo da prenda eu me despedia
Dando um beijo escondido, aos velhos agradecia
Encilhava o meu cavalo, saia num trote lento
Este é o namoro de sítio que termina em casamento



Writer(s): Edson Dutra


Os Serranos - Estampa
Album Estampa
date de sortie
07-10-2016




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