Facção Central - Detencao Sem Muro текст песни

Текст песни Detencao Sem Muro - Facção Central




É tezãozinho
Oh, carcereiro, faz favor, vou te explicar meu veneno
O meu artigo, a bronca que me condenou
A minha casa caiu faz um tempo
Uns 20 anos pode crer, maluco, pelo menos
Dei falha, nasci pobre, presidiário
Na detenção sem muro
No nosso único sistema, o carcerário
Acorrentado às drogas, vítima da cocaína
Encarcerado num caminho sem perspectiva
Eu nasci nisso, vivo nisso e vou morrer aqui
E até mesmo no inferno
Essa prisão imaginaria vai me perseguir
Se liga aí, bate meu DVC
pedido, não interessa o lugar, vim de lá, sou fugitivo
É marca de nascença, é um passado que não se apaga
Vim do revólver, cocaína, parte pobre
Minha detenção, a lei da bala
Infelizmente, eu tenho um rótulo na testa, presidiário
Um rebelado sem refém aliado
Um pulso algemado, um homicida criado
Ingrediente pra enterrar ou pra ser enterrado
Não vejo grades nem portões de ferro
Por mais que eu corra, nem chego nos muros
Algo me prende aqui, a fuga é impossível
Que porra!
Detenção sem muro, meu maldito mundo
Alta periculosidade, segurança máxima
Armado até os dentes, várias no pente
Revoltado, caralho, vou dar meus tiros, trepado
Vou dar motivo pra ser condenado
Não quero que nenhum gambé me mate
Eu a pampa de cadeia, crack
Quero estudo, escola pra todos os manos
Eu quero pra parte pobre, dignidade
Um tratamento humano
(Prisão perpétua pra esse fulano)
Pode crer, descarreguei, sentei o dedo
E aí, mano, qual que é minha pena?
Então, juiz quantos anos?
Pena máxima de ponta a ponta
Regime trancado, martelo batido, caso é o seguinte
O tratamento é rígido, existem leis e regras
Tiro, DP, velório, assim a gente se regenera
Foda-se escolas, formação, uma goma, respeito
Detento daqui tem direito a enterro
Cachimbo de crack, acesso à maldade
Revólver à vontade, droga, álcool, por toda parte
Não vejo grades, mas eu sei que é o meu pavilhão
Eu cercado por guardas armados
Sem liberdade, maldita detenção
Nascido no inferno me transformando em Diabo
De cada dez daqui, cinco na cadeia cinco finados
Ei, carcereiro, faz um tempo que eu vou nessa
Toque de recolher, na sequência, a gente troca outra ideia
Detenção sem muro, quero fugir daqui
Detenção sem muro
(Viveu na detenção, ninguém confia, não)
Detenção sem muro, quero fugir daqui
(Viveu na detenção, ninguém confia, não)
Detenção sem muro, quero fugir daqui
(Viveu na detenção, ninguém confia, não)
Detenção sem muro, quero fugir daqui
(Viveu na detenção, ninguém confia, não)
Pode crer, mano, quero fugir daqui
Me imagino entre grades e muros
Arames farpados, Rottweiler, pastor alemão
Escopeta engatilhada e eu, no pátio do pavilhão
Ei, carcereiro, a minha cela lotada
Vários doentes, AIDS, várias almas desorientadas
No crucifixo, meu único mano (Jesus!)
O aliado de todas as horas
ele que não me deixou falando
Conto os dias pra fugir daqui, e ligado
Que não posso ir, olha o Smok ali
Estirado no chão, três tiros no peito, um na cabeça
Rota sem perdão, a nossa única escolha, a própria morte
Ladrão na mão da polícia, pobre morre como pobre
Num barraco semi construído, orgulho destruído
IML, caixão doado, que final fodido
É impossível me livrar disso
E eu me recordo quantas fugas deram em nada
Detento armado no crime, cabeça premiada
Mão algemada, sangue, finado na barca
Destino incerto rumo ao inferno, a próxima parada
Forço a mente, mas não lembro um mano que deu fuga
Algum fulano até tentou mas fracassou na PT
De um filho da...
O sol daqui não é quadrado, é em forma de caixão
Não existe grades, mas sepulturas aqui na detenção
E não distinção de idade, sexo, cor
Preto, branco, pivete, sejam bem-vindos ao nosso corredor
Eu vou botar fogo no colchão, eu vou buscar refém
Quero a presença de um juiz aqui, tenho direitos também
Rebelião na minha mente, sangue e ódio
Ou cumprem à risca minhas exigências
Ou prepara a lista dos óbitos
Numero um: Recuperação aos detentos das grades de ferro
Numero dois: Chega de cadáver, eu quero um breque no cemitério
Numero três: Quero usufruir dos dez direitos humanos
Numero quatro: Gambé desarmado e bem longe dos manos
Ei, carcereiro, até a próxima, pode crer
Se eu não der fuga na noitada, amanhã a gente se
Detenção sem muro, quero fugir daqui
(Viveu na detenção, ninguém confia, não)
Detenção sem muro, quero fugir daqui
(Viveu na detenção, ninguém confia, não)
Detenção sem muro, quero fugir daqui
(Viveu na detenção, ninguém confia, não)
Detenção sem muro, quero fugir daqui
(Viveu na detenção, ninguém confia, não)
A vida desse homem para sempre foi danificada



Авторы: Carlos Eduardo Taddeo, Erick Cohen, Washington Roberto Santana


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