Текст песни Mário - Gabriel o Pensador
A
criminalidade
toma
conta
da
cidade
A
sociedade
põe
a
culpa
nas
autoridades
Um
cacique
oficial
viajou
pro
Pantanal
Porque
aqui
a
violência
tá
demais
E
lá
encontrou
um
velho
índio
que
usava
um
fio
dental
E
fumava
um
cachimbo
da
paz
O
presidente
deu
um
tapa
no
cachimbo
E
na
hora
de
voltar
pra
capital,
ficou
com
preguiça
Trocou
seu
paletó
pelo
fio
dental
E
nomeou
o
velho
índio
pra
ministro
da
justiça
E
o
novo
ministro,
chegando
na
cidade
Achou
aquela
tribo
violenta
demais
Viu
que
todo
cara-pálida
vivia
atrás
das
grades
E
chamou
a
TV
e
os
jornais
E
disse:
"Índio
chegou
trazendo
novidade
Índio
trouxe
o
cachimbo
da
paz"
Maresia,
sente
a
maresia
Maresia,
uh
Maresia,
sente
a
maresia
Maresia,
uh
Apaga
a
fumaça
do
revólver,
da
pistola
Manda
a
fumaça
do
cachimbo
pra
cachola
Acende,
puxa,
prende,
passa
Índio
quer
cachimbo,
índio
quer
fazer
fumaça
Todo
mundo
experimenta
o
cachimbo
da
floresta
Dizem
que
é
do
bom,
dizem
que
não
presta
Querem
proibir,
querem
liberar
E
a
polêmica
chegou
até
o
congresso
Tudo
isso
deve
ser
pra
evitar
a
concorrência
Porque
não
é
Hollywood,
mas
é
o
sucesso
O
cachimbo
da
paz
deixou
o
povo
mais
tranquilo
Mas
o
fumo
acabou
porque
só
tinha
oitenta
quilos
E
o
povo
aplaudiu
quando
o
índio
partiu
pra
selva
E
prometeu
voltar
com
uma
tonelada
Só
que
quando
ele
voltou,
"sujou"
A
polícia
federal
preparou
uma
cilada
"O
cachimbo
da
paz
foi
proibido
Entra
na
caçamba,
vagabundo,
vamo
pra
DP
Êêê,
índio
tá
fodido
porque
lá
o
pau
vai
comer"
Maresia,
sente
a
maresia
Maresia,
uh
Maresia,
sente
a
maresia
Maresia,
uh
Apaga
a
fumaça
do
revólver,
da
pistola
Manda
a
fumaça
do
cachimbo
pra
cachola
Acende,
puxa,
prende,
passa
Índio
quer
cachimbo,
índio
quer
fazer
fumaça
Na
delegacia
só
tinha
viciado
e
delinquente
Cada
um
com
um
vício
e
um
caso
diferente
Um
cachaceiro
esfaqueou
o
dono
do
bar
Porque
ele
não
vendia
pinga
fiado
E
um
senhor
bebeu
uísque
demais
Acordou
com
um
travesti
e
assassinou
o
coitado
Um
viciado
no
jogo
apostou
a
mulher
Perdeu
a
aposta
e
ela
foi
sequestrada
Era
tanta
ocorrência,
tanta
violência
Que
o
índio
não
tava
entendendo
nada
Ele
viu
que
o
delegado
fumava
um
charuto
fedorento
E
acendeu
um
da
paz
pra
relaxar
Mas
quando
foi
dar
um
tapinha
Levou
um
tapão
violento
e
um
chute
naquele
lugar
Foi
mandado
pro
presídio
e
no
caminho
Assistiu
um
acidente
provocado
por
excesso
de
cerveja
Uma
jovem
que
bebeu
demais
Atropelou
um
padre
e
os
noivos
na
porta
da
igreja
E
pro
índio
nada
mais
faz
sentido
Com
tantas
drogas
por
que
só
o
seu
cachimbo
é
proibido?
Maresia,
sente
a
maresia
Maresia,
uh
Maresia,
sente
a
maresia
Maresia,
uh
Apaga
a
fumaça
do
revólver,
da
pistola
Manda
a
fumaça
do
cachimbo
pra
cachola
Acende,
puxa,
prende,
passa
Índio
quer
cachimbo,
índio
quer
fazer
fumaça
Na
penitenciária
o
índio
fora
da
lei
Conheceu
os
criminosos
de
verdade
Entrando,
saindo
e
voltando
Cada
vez
mais
perigosos
pra
sociedade
"Aí,
cumpádi,
tá
rolando
um
sorteio
na
prisão
pra
reduzir
a
superlotação"
Todo
mês
alguns
presos
tem
que
ser
executados
E
o
índio,
dessa
vez,
foi
um
dos
sorteados
E
tentou
acalmar
os
outros
presos
"Peraí,
vamo
fumar
um
cachimbinho
da
paz"
Eles
começaram
a
rir
e
espancaram
o
velho
índio
Até
não
poder
mais
e
antes
de
morrer
ele
pensou
"Essa
tribo
é
atrasada
demais
Eles
querem
acabar
com
a
violência
Mas
a
paz
é
contra
a
lei
e
a
lei
é
contra
a
paz"
E
o
cachimbo
do
índio
continua
proibido
Mas
se
você
quer
comprar
é
mais
fácil
que
pão
Hoje
em
dia
ele
é
vendido
pelos
mesmos
bandidos
Que
mataram
o
velho
índio
na
prisão
Maresia,
sente
a
maresia
Maresia,
uh
Maresia,
sente
a
maresia
Maresia,
uh
Apaga
a
fumaça
do
revólver,
da
pistola
Manda
a
fumaça
do
cachimbo
pra
cachola
Acende,
puxa,
prende,
passa
Índio
quer
cachimbo,
índio
quer
fazer
fumaça
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