Текст песни Brasa - Lenine , Gabriel o Pensador
Um
poeta
já
falou,
vendo
o
homem
e
seu
caminho:
"O
lar
do
passarinho
é
o
ar,
e
não
o
ninho".
E
eu
voei...
Eu
passei
um
tempo
fora,
eu
passei
um
tempo
longe.
Não
importa
quanto
tempo,
não
importa
onde.
Num
lugar
mais
frio,
ou
mais
quente
de
repente,
onde
a
gente
é
esquisita,
um
lugar
diferente.
Outra
língua,
outra
cultura,
outra
moeda.
É,
vida
dura
mas
eu
sou
duro
na
queda.
Se
me
derrubar...
eu
me
levanto,
e
fui
aos
trancos
e
barrancos,
trampo
atrás
de
trampo,
trabalhando
pra
pagar
a
pensão
e
superar
a
tensão
do
pesadelo
da
imigração.
Clandestino,
imigrante,
maltrapilho.
Mais
um
subdesenvolvido
que
escolheu
o
exílio,
procurando
a
sua
chance
de
fazer
algum
dinheiro,
no
primeiro
mundo
com
saudade
do
terceiro.
Família,
amigos,
meus
velhos,
meu
mano
- o
meu
pequeno
mundo
em
segundo
plano.
Eu
forcei
alguns
sorrisos
e
algumas
amizades.
Passei
um
tempo
mal,
morrendo
de
saudade.
Eu
tô
morrendo
de
saudade,
tô
morrendo
de
saudade.
Eu
tô
morrendo
de
saudade,
tô
morrendo
de
saudade...
Da
beleza
poluída,
da
favela
iluminada,
do
tempero
da
comida,
do
som
da
batucada.
Da
cultura,
da
mistura,
da
estrutura
precária.
Da
farofa,
do
pãozinho
e
da
loucura
diária.
Do
churrasco
de
domingo,
o
rateio
e
o
fiado,
a
criança
ali
dormindo,
o
coroa
aposentado.
Eu
tô
morrendo
de
saudade,
tô
morrendo
de
saudade...
Da
mulata
oferecida,
do
pagode
malfeito,
de
torcer
na
arquibancada
pro
meu
time
do
peito.
A
pelada
sagrada
com
a
rapaziada,
o
sorriso
desdentado
na
rodinha
de
piada.
Da
malandragem,
da
nossa
malícia,
da
batida
de
limão,
da
gelada
que
delícia!
Eu
tô
morrendo
de
saudade,
tô
morrendo
de
saudade...
Do
jornal
lá
na
banca,
da
notícia
pra
ler,
das
garotas
dos
programas
da
TV.
Do
jeitinho,
do
improviso,
da
bagunça
geral.
Do
calor
humano,
do
fundo
de
quintal.
Do
clima,
da
rima,
da
festa
feita
à
toa
- típica
mania
de
levar
tudo
na
boa
- do
contato,
do
mato,
do
cheiro
e
da
cor.
E
do
nosso
jeito
de
fazer
amor.
Agora
eu
sou
poeta,
vendo
o
homem
a
caminhar:
O
lar
do
passarinho
é
o
ninho,
e
não
o
ar.
E
eu
voltei.
E
eu
passei
um
tempo
bem,
depois
do
meu
retorno.
Eu
e
minha
gente,
coração
mais
quente,
refeição
no
forno.
Água
no
feijão,
tô
na
área,
bichinho.
Se
me
derrubar...
eu
não
tô
mais
sozinho.
Tô
de
volta
sim
senhor.
Sou
brasileiro,
com
muito
orgulho,
com
muito
amor.
Mas
o
amor
é
cego.
Devo
admitir,
devo
e
não
nego,
que
aos
poucos
fui
caindo
na
real,
vendo
como
o
Brasa
tava
em
brasa,
tava
mal.
Vendo
a
minha
terra
assim
em
guerra,
o
meu
país...
não
dá,
não
dá
pra
ser
feliz.
E
bate
uma
revolta,
e
bate
uma
deprê.
E
bate
a
frustração,
e
bate
o
coração
pra
não
morrer.
Mas
bate
assim
cabreiro.
Bate
no
escuro,
sem
esperança
no
futuro,
bate
o
desespero.
Bate
inseguro,
no
terceiro
mundo,
se
for,
com
saudade
do
primeiro.
Os
velhos,
os
filhos,
os
manos
- ninguém
aqui
em
casa
tem
direito
a
fazer
planos.
Eu
forcei
alguns
sorrisos
e
lágrimas
risonhas.
Passei
um
tempo
mal,
morrendo
de
vergonha.
Eu
tô
morrendo
de
vergonha,
tô
morrendo
de
vergonha.
Eu
tô
morrendo
de
vergonha,
tô
morrendo
de
vergonha...
Da
beleza
poluída,
da
favela
iluminada,
da
falta
de
comida
pra
quem
não
tem
nada.
Da
postura,
da
usura,
da
tortura
diária.
Da
cela
especial,
da
estrutura
carcerária.
A
chacina
de
domingo,
o
rateio
e
o
fiado,
a
criança
ali
pedindo,
o
coroa
acorrentado.
Eu
tô
morrendo
de
vergonha,
tô
morrendo
de
vergonha...
Da
mulata
oferecida,
do
pagode
malfeito.
Morrer
na
arquibancada
pro
meu
time
do
peito.
O
salário
suado
que
não
serve
pra
nada,
o
sorriso
desdentado
na
rodinha
de
piada.
Da
malandragem,
da
nossa
milícia,
da
batida
da
PM,
porrada
da
polícia.
Eu
tô
morrendo
de
vergonha,
tô
morrendo
de
vergonha...
Do
jornal
lá
na
banca,
da
notícia
pra
ler,
das
garotas
de
programa
dos
programas
da
TV.
Do
jeitinho,
do
improviso,
da
bagunça
geral,
do
sorriso
mentiroso
na
campanha
eleitoral.
Do
clima
de
festa,
da
festa
feita
à
toa
- ridícula
mania
de
levar
tudo
na
boa
- do
contato,
do
mato,
do
cheiro
da
carniça.
E
do
nosso,
jeito
de
fazer
justiça.
Mas
eu
vou
ficar
no
Brasa
porque
o
Brasa
é
minha
casa,
casa
do
meu
coração.
Mas
eu
vou
ficar
no
Brasa
porque
o
Brasa
é
minha
casa
e
a
minha
casa
só
precisa
de
uma
boa
arrumação.
Muita
água
e
sabão.
Ensaboa,
meu
irmão.
Não
se
suja
não.
Indignação.
Manifestação.
Mais
informação.
Conscientização.
Comunicação.
Com
toda
razão.
Participação.
No
voto
e
na
pressão.
Reivindicação.
Reformulação.
Água
e
sabão
na
nossa
nação.
Água
e
sabão,
tá
na
nossa
mão.
Tô
morrendo
de
paixão,
tô
morrendo
de
paixão...
1 Se Liga Aí
2 Até Quando?
3 Ãh
4 Pega Ladrão!
5 Tem Alguém Aí?
6 Masturbação Mental
7 É pra Rir ou pra Chorar?
8 Sem Parar
9 Mário
10 Brasa
11 Brasa (feat. Lenine)
12 Sei Lá
Внимание! Не стесняйтесь оставлять отзывы.