Текст песни Dinheiro em Penca - Miúcha , Antônio Carlos Jobim , Chico Buarque
O
mati
é
passo
preto
Ele
é
muito
tapereiro
Ele
canta
por
amor
Eu
só
canto
por
dinheiro
No
seu
canto
tem
valor
No
meu
canto
tem
vintém
Ele
geme
a
sua
dor
Eu
não
choro
por
ninguém
Ninguém
sabe
ir
pelo
Catumbi
Ninguém
sabe,
ninguém
sabe
Eu
casei
com
ela
Fiz
um
filho
nela
Bati
muito
nela
Fui
feliz
com
ela
Se
o
santo
cai
do
andor
E
o
barro
cobre
o
ladrilho
Quem
roubou
o
meu
amor
E
me
escondeu
do
meu
filho
Renda
de
filó
Carretel
de
linha
Jorro
de
cascata
Canja
de
galinha
Sino
de
Belém
Mofo
de
farinha
Vou
cantar
agora
Uma
prenda
minha
O
mati
ao
meio-dia
Tá
piando
no
soleiro
Ele
canta
no
estio
Eu
debaixo
do
chuveiro
Ele
mora
no
sertão
Eu
no
Rio
de
Janeiro
Ninguém
sabe
ir
por
Andaraí
Ninguém
sabe,
ninguém
sabe
Se
o
peito
guarda
rancor
O
raio
pisca
o
seu
brilho
Do
porto
sai
o
vapor
Da
vaca
sai
o
novilho
Tem
gente
que
faz
favor
Pamonha
é
feita
de
milho
Quem
roubou
o
meu
amor
E
me
escondeu
do
meu
filho
Fé
de
bisavó
Praga
de
madrinha
Laço
de
gravata
Bando
de
rolinha
Sorte
de
repente
Jura
de
modinha
Vou
cantar
agora
Uma
prenda
minha
Eu
fui
lá,
na
grota
funda
Avistar
meu
feiticeiro
Fiquei
bom
do
reumatismo
E
ganhei
muito
dinheiro
Melhorei
do
meu
cansaço
E
ganhei
muito
dinheiro
Ninguém
sabe
ir
pelo
Buriti
Ninguém
sabe,
ninguém
sabe
Se
o
cheiro
muda
de
cor
O
nego
puxa
o
gatilho
A
lucidez
sai
da
dor
O
trem
de
ferro
do
trilho
Se
o
vento
liga
o
motor
E
a
morte
presta
um
auxílio
Quem
roubou
o
meu
amor
E
me
escondeu
do
meu
filho
Rede
de
cipó
Lata
de
sardinha
Porta
de
alçapão
Ceva
de
tainha
Bolha
de
sabão
Sopa
de
letrinha
Bucha
de
balão
Papo
de
cozinha
Meu
padrinho
quando
moço
Era
muito
fazendeiro
Tirou
ouro
do
sertão
Foi
gastar
no
estrangeiro
O
dinheiro
da
boiada
Transferiu
pro
estrangeiro
Ninguém
sabe
ir
pelo
Piauí
Ninguém
sabe,
ninguém
sabe
O
avião
salta
do
chão
O
padre
sai
do
retiro
O
acaso
faz
o
ladrão
Da
espingarda
parte
o
tiro
Do
verso
nasce
a
canção
Do
sertão
meu
estribilho
Quem
roubou
o
meu
amor
E
me
escondeu
do
meu
filho
Medo
de
ladrão
Noite
de
arrepio
Boca
de
fogão
Casco
de
navio
Pipa
de
papel
Bem-te-vi
no
cio
Corda
de
relógio
Bomba
de
pavio
Tive
léguas
e
mais
léguas
Muito
gado,
cafezais
Sesmarias,
mata
virgem
Onde
a
vista
já
não
vai
Extensão
de
terra
roxa
Ia
até
o
Paraguai
Tive
até
um
burro
preto
Que
vovô
deu
pro
papai
Eu
também
já
tive
um
tio
Que
virou
velho
gaiteiro
Que
gostava
de
mulher
Como
eu
gosto
de
dinheiro
Era
louco
por
mulher
Eu
me
amarro
no
dinheiro
Fui
mascate
no
sertão
Caminhei
o
norte
inteiro
Vendi
grampo
a
prestação
Guarda-chuva
em
fevereiro
Até
hoje
estou
esperando
A
remessa
do
dinheiro
O
mati
é
passo
preto
De
janeiro
até
janeiro
Ele
casa
no
verão
Eu
namoro
o
ano
inteiro
O
mati
já
tem
bisneto
Eu
ainda
tô
solteiro
Ele
voa
em
liberdade
Inda
tô
no
cativeiro
E
voou
pra
imensidão
Eu
ainda
prisioneiro
Canta
curió
Canta
coleirinho
Sabiá
da
mata
Garnizé
de
ninho
Terra
de
niguém
Viração
marinha
Vou
cantar
agora
uma
prenda
minha
Uma
vez
em
Nova
York
Liguei
pro
meu
feiticeiro
Que
atendeu
o
telefone
Lá
no
Rio
de
Janeiro
Eu
então
falei
pra
ele
Procurar
meu
macumbeiro
Pra
avisar
pro
pai-de-santo
Pra
arranjar
algum
dinheiro
Pra
pedir
pro
delegado
Pra
soltar
meu
curandeiro
Ao
doutor
seu
delegado
Pra
soltar
meu
curandeiro
Mas
o
tal
telefonema
Lá
se
foi
o
meu
dinheiro
Sunga
de
lagarto
Dente
de
galinha
Sovaco
de
cobra
Pena
de
tainha
Asa
de
tatu
Jura
de
Maria
Gritos
de
menino
Rabo
de
Cotia
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