Текст песни Escrevo para Si - Piruka
Eu
escrevo
p'ra
si,
senhor
dos
senhores
ouça-me
a
mim
Não
quero
favores
quero
que
veja
como
é
que
vivemos
aqui
Tentar
ensinar
aquilo
que
aprendi
por
vezes
nem
vale
a
pena
Não
mudo
por
nada
tudo
o
que
vivi,
sempre
que
caí
aprendi
com
a
queda
Moedas
não
servem
p'ra
vida
que
eu
levo,
e
eu
só
me
pergunto
Porque
de
você
nao
ver,
p'ros
bairros
não
olha
parece
que
tá
cego
E
tudo
o
que
eu
quero
é
puder
viver
mas...
Eu
ando
p'ra
baixo
e
p'ra
cima
P'ra
puder
dar
tudo
à
menina
E
a
rotina
que
eu
tenho
ninguém
imagina
Eu
já
passei
por
muito
na
vida
mas
não
me
lamento
Mantenho
a
cabeça
erguida
e
vou
voando
com
o
vento
Procuro
um
sustento
p'ra
minha
família
Quero
ser
um
bom
pai
p'ra
minha
relíquia
Clarinha
do
pai,
p'ra
ti
estou
cá
sempre
Meu
deus,
fale
comigo
que
eu
ando
perdido,
eu
ando
confuso
Não
vejo
sentido
na
vida
que
vivo,
o
ar
que
respiro
já
não
é
ar
puro...
Hoje
com
uma
filha
tento
ser
maduro,
não
é
só
o
meu
é
o
nosso
futuro
Quero
ser
homem
não
passo
de
um
puto
Enquanto
uns
dormem
eu
faço
o
meu
turno,
não
durmo
Agarrado
à
caneta,
diga
quem
diria
que
o
puto
reguila
Um
dia
seria
um
grande
poeta,
não
muda
por
nada
Sempre
na
reta,
o
mesmo
bandido,
o
mesmo
perdido
O
mesmo
Piruka,
o
mesmo
pateta
mas
doi-me...
Ver
os
tropas
na
merda
com
os
putos
em
casa
Sem
fraldas,
sem
nada,
com
nove
na
prega
fome
não
passa
é
caça
à
fezada
Mas
se
a
bófia
pega
não
papa,
prega
chapada
e
são
horas
e
horas
na
esquadra
P'ra
acabar
numa
cela
trancada,
que
deixa
sequela
marcada
Anos
de
vida
perdidos
por
nada,
tu
pára
e
pensa
O
crime
compensa,
o
que
não
compensa
é
morrer
na
estrada
Sinceramente
há
muita
gente
de
visão
tapada
E
a
nossa
gente,
infelizmente
não
ganha
nem
p'ra
beber
água
Por
isso
escrevo
p'ra
si,
sim...
senhor
aguardo
respostas
Mas
as
respostas
andam
de
costas
viradas
p'ra
mim
E,
eu
sei
que
a
vida
dá
voltas
e
voltas
Se
eu
não
abrir
portas
não
as
abrem
por
mim
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