Lyrics Conhaque - NERVE
Sabe
que
o
público
gosta
muito
de
si,
que
o
adora
′Tá
bem,
mas
porque
também
não
compreende
a
gente
Porque
as
letras
agora,
o
público,
as
letras
que
se
cantam,
não
Não
interessa
Não
interessa,
porque
não
sabem
apreciar
o
trabalho
do
poeta
Até
dizem,
hey,
isto
é
tão
grande
Eu
oiço
uma
letra
tão
grande
Por
esta
altura
é,
ou
devia
ser,
já
sabido
Que
não
estou
mesmo
a
tentar
Ser
construtivo
ou
educativo
com
isto
Enquanto
artista
Hesitações
criativas
prendem-se,
antes
de
mais
Com
o
tamanho
do
meu
ego
A
título
de
exemplo
Será
que
hoje
devo
encarnar
um
complexado
De
orgulho
ferido
ou
um
megalomaníaco
de
nariz
endeusado?
Talvez
ambos
Em
aleatórios
intervalos
intercalados
e
pontuais
Espasmos
de
escrita
furiosa
Asco,
asno,
gosma,
raios
partam
Esta
filha
da
procrastinação
que
me
atormenta
Pego
numa
caneta
e
descarrego
os
nervos
Nesta
que
me
parece
ser
a
mais
eficaz
forma
de
violência
Conceder
existência
a
quase
bonitas
frases
Admita-se!
Eu,
um
nada
Um
nadinha
narcisista
de
imaginação
fértil
E
vincados
ideais
niilistas
Se
estas
paredes
falassem,
eu
não
precisaria
de
visitas
Um
dia
concretizar-se-á
o
meu
plano
E
os
teus
netos
hão
de
gabar-se
por
seres
meu
contemporâneo
(não
ligues)
Sofro
ataques
espontâneos
de
sucesso
efémero
Que
plantam
ideias
de
glória
megalómana
no
meu
cérebro
A
sério,
eu
tento
não
pensar
nisso,
mas
Confesso
que
às
vezes
não
consigo
disfarçar
a
ligeira
sensação
De
que
existem
por
aí
lunáticos
que
me
impingem
às
pessoas
E
explicam
porque
é
que
eu
sou
o
máximo
Explica-me
Conhaque
Eu
'tou
a
gastar
a
tenra
idade,
numa
de
ver
passar
as
horas
Até
bater
à
porta
a
minha,
eu
olho
para
a
minha
dignidade
Numa
de,
tu
és
uma
pêga
encantadora
Eu
levava-te
daqui
p′ra
fora,
mas
tu
adoras
essa
vida
Resta-me
somente
lamentar
não
poder
ir
só
levitando
Em
vez
de
ter
de
rastejar
por
velhas
ruas
De
desniveladas
linhas
tais,
que
nem
os
mais
espampanantes
pimpões
Ilustres
sabichões,
escapam
ao
tropeção
na
calçada
Tem
tão
mais
graça
a
desgraça
de
um
nobre
Mui
nobre
senhor,
numa
cena
de
humilhação
na
praça
Momentânea
aproximação
a
nós
A
merda,
merdita,
a
escória
desonrada,
estropiada
escumalha
Acendo
o
próximo
cigarro
com
a
ponta
deste
cigarro
E
o
seguinte
com
a
ponta
do
próximo
Se
tudo
correr
como
planeado,
depois
disso
estou
sedado
O
suficiente
para
voltar
p'ro
ócio
Eu
sou
o
ópio
em
pessoa,
isto
aqui
é
fixe
e
não
fatela
Compensa
o
mal
que
diz
pelo
bem
que
soa
Tão
bem
que
soa,
eu
e
todos,
quem
destoa?
Sei
que
estou
a
morder
o
isco,
mas
chego
à
tona
vitorioso,
como
um
peixe
que
voa
A
sério,
eu
ando
a
desperdiçar
papeis
de
boa
qualidade
Quando
devia
era
estar
a
escrever
na
carne
aquilo
que
eu
sei
de
coisas
Oiçam
só
o
Verne
que
existe
em
NERVE,
o
verme
do
verbo,
mero
servo
Corvo
no
meu
ombro
diz-me,
escreve
Por
detrás
da
expressão
facial
drunfada,
demência
ferve
Ouve,
este
gajo
deve
perder
noites
nesta
merda
Achas
que
transparece?
Esplêndido
NERVE,
andas
a
fazer
muitos
filmes
e
a
sair
pouco
Eu
sei
que
ela
te
deixou,
mas
ouve,
na
vida,
não
é
tudo
gajas
A
cabra
cravou
memórias
nestas
paredes
Não
sei
se
morro
ou
mudo
de
casa
Album
'Trabalho & Conhaque' ou 'A Vida Não Presta & Ninguém Merece a Tua Confiança' (T&C/AVNP&NMTC)
date of release
28-09-2015
1 Cidade Perfeita
2 Pontapé de Boas-Vindas
3 Trabalho
4 Coincidências
5 Monstro Social
6 Surpresa Cabrão
7 Óbvio
8 Nós e Laços
9 Gainsbourg
10 '98
11 Subtítulo
12 Cartas Como o Gambit
13 Conhaque
14 Lenda
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