Rui Veloso - A gente não lê - Ao vivo paroles de chanson

paroles de chanson A gente não lê - Ao vivo - Rui Veloso



Ai, senhor das furnas
Que escuro vai dentro de nós
Rezar o terço ao fim da tarde
para espantar a solidão
E rogar a Deus que nos guarde
Confiar-lhe o destino na mão
Que adianta saber as marés
Os frutos e as sementeiras?
Tratar por tu os ofícios
Entender o suão e os animais
Falar o dialeto da terra
Conhecer-lhe o corpo pelos sinais
E no resto entender mal
Soletrar, assinar em cruz
Não ver os vultos furtivos
Que nos tramam por trás da luz
Ai, senhor das furnas
Que escuro vai dentro de nós
A gente morre logo ao nascer
Com olhos rasos de lezíria
Boca em boca passando o saber
Com os provérbios que ficam na gíria
De que nos vale esta pureza
Sem ler fica-se pederneira
Agita-se a solidão cá, no fundo
Fica-se sentado à soleiro
A ouvir os ruídos do mundo
E a entendê-los à nossa maneira
Carregar a superstição
De ser pequeno, ser ninguém
E não quebrar a tradição
Que dos nossos avós vem
Carregar a superstição
De ser pequeno, ser ninguém
E não quebrar a tradição
Que dos nossos avós vem
Obrigado!



Writer(s): Rui Veloso


Rui Veloso - Ao Vivo no Pavilhão Atlântico (Ao Vivo)
Album Ao Vivo no Pavilhão Atlântico (Ao Vivo)
date de sortie
04-12-2009




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