Baitaca - Lamento de Pobre текст песни

Текст песни Lamento de Pobre - Baitaca



Vivo de changa e trabalho que me arrebento
não aguento quase desesperado
Tive vontade de abandonar a querência
Porque a firma abriu falência e eu ando desempregado
Maldita crise é que me trai no sufoco
quase louco, não sei o que fazer
E uma miséria por perto rondando a gente
Se não mudar o presidente até capaz de morrer
mais delgado do que chino piqueteiro
Sem serviço e sem dinheiro, eu não posso pagar o mercado
E o meu crediário, tempo, se acabou
Minha panela enferrujou, não me vendem mais fiado
Meu biongo véio′ balança pior que uma rede
sem parede, apodreceu o santa
Olho pra cima, enxergo o céu como abrigo
E a muié' braba comigo por faltar o pão do café
E a criançada sofrendo desesperada
Desatinada por não comer quase nada
Não brincam mais, a metade passa chorando
E o resto se coçando d′uma sarna desgraçada
mais delgado do que chino piqueteiro
Sem serviço e sem dinheiro, eu não posso pagar o mercado
E o meu crediário, tempo, se acabou
Minha panela enferrujou, não me vendem mais fiado
Minha barriga chega roncar de vazia
De meio dia, quando eu deito pra sestear
Caio na cama e penso em ficar sossegado
E um pulguedo desgraçado não me deixa eu descansar
Quando eu me deito, é pior que ninho de sorro
Tem pouco forro, me bate um frio e me entangue
Eu perco o sono, rolo até de manhã cedo
E, quando se acalma o pulguedo, o fincão me chupa o sangue
mais delgado do que chino piqueteiro
Sem serviço e sem dinheiro, eu não posso pagar o mercado
E o meu crediário, tempo, se acabou
Minha panela enferrujou, não me vendem mais fiado
Rezo pra Deus pra que alguma coisa me reste
Morreu da peste o meu galo topetudo
Sem geladeira, entra o verão de novo
Me bate um calor nos ovo' que quase apodrece tudo
Minha cadela enxerga a caça e não se atraca
muito fraca, não rusga pra ninguém
E um cusco magro que, nesses dia', ele tomba
mordida até na sombra de tanta fome que tem
mais delgado do que chino piqueteiro
Sem serviço e sem dinheiro, eu não posso pagar o mercado
E o meu crediário, tempo, se acabou
Minha panela enferrujou, não me vendem mais fiado



Авторы: Antonio Cesar Pereir Jacques


Baitaca - Vida de Campeiro
Альбом Vida de Campeiro
дата релиза
08-06-2003




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