Alfredo Marceneiro - A Casa da Mariquinhas - Versão de 1955 paroles de chanson

paroles de chanson A Casa da Mariquinhas - Versão de 1955 - Alfredo Marceneiro



É numa rua bizarra
A casa da mariquinhas
Tem na sala uma guitarra
E janelas com tabuinhas
Vive com muitas amigas
Aquela de quem vos falo
E não maior regalo
Que a vida de raparigas
É doida pelas cantigas
Como no campo a cigarra
Canta o fado à guitarra
De comovida até chora
A casa alegre onde mora
É numa rua bizarra
Para se tornar notada
Usa coisas esquesitas
Muitas rendas, muitas fitas
Lenços de cor variada.
Pretendida, desejada
Altiva como as rainhas
Ri das muitas, coitadinhas
Que a censuram rudemente
Por verem cheia de gente
A casa da mariquinhas
É de aparência singela
Mas muito mal mobilada
E no fundo não vale nada
O tudo da casa dela
No vão de cada janela
Sobre coluna, uma jarra
Colchas de chita com barra
Quadros de gosto magano
Em vez de ter um piano
Tem na sala uma guitarra
P'ra guardar o parco espólio
Um cofre forte comprou
E como o gaz acabou
Ilumina-se a petróleo.
Limpa as mobílias com óleo
De amêndoa doce e mesquinhas
Passam defronte as vizinhas
P'ra ver o que se passa
Mas ela tem por pirraça
Janelas com tabuinhas




Alfredo Marceneiro - Alfredo Marceneiro
Album Alfredo Marceneiro
date de sortie
15-08-2006




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